ENTREVISTAS
O QUE DIZEM POR AÍ
A situação da poesia desde o instante em que se desvencilhou das algemas de certos recursos convencionais, tornou difícil o acesso para aquela categoria de leitores acostumados ao toque epidérmico dos versos de fácil captação auditiva. Ao contrário do raciocínio mais generalizado, a atitude do artista que se quer inserido na corrente da modernidade é de absoluto rigor conceitual e formal, exatamente por lhe permitir o trabalho de criação na temperatura mais adequada às variações mais subjetivas no toque das palavras, das formas, das cores, dos sons. O resultado, a obra em si, representando a mensagem do criador, demanda sempre uma atitude ativa do observador-fruidor e isso requer um esforço quase sempre recusado voluntariamente. Assim, contrariando certos (pre)conceitos, não é a arte contemporânea que se afasta dos que poderiam compartilhar seus mistérios, mas estes é que dela se afastaram.
- por Escobar Franelas - vs.eu
- por Selmo Vasconcelos - Antologia Momento Lítero Cultural / O Rebate
- por André Azenha: - CineZen Cultural
O QUE DIZEM POR AÍ
A situação da poesia desde o instante em que se desvencilhou das algemas de certos recursos convencionais, tornou difícil o acesso para aquela categoria de leitores acostumados ao toque epidérmico dos versos de fácil captação auditiva. Ao contrário do raciocínio mais generalizado, a atitude do artista que se quer inserido na corrente da modernidade é de absoluto rigor conceitual e formal, exatamente por lhe permitir o trabalho de criação na temperatura mais adequada às variações mais subjetivas no toque das palavras, das formas, das cores, dos sons. O resultado, a obra em si, representando a mensagem do criador, demanda sempre uma atitude ativa do observador-fruidor e isso requer um esforço quase sempre recusado voluntariamente. Assim, contrariando certos (pre)conceitos, não é a arte contemporânea que se afasta dos que poderiam compartilhar seus mistérios, mas estes é que dela se afastaram.
Por ser assim
tão exigente, é difícil encontrar quem consiga dar um sentido válido, autêntico
e efetivo àquilo que cria e produz dentro das circunstâncias acima assinaladas.
Eleita para o
mais puro exercício da poesia, a santista Cláudia Brino, é uma dessas pessoas.
Sabe dos caminhos ardentes do território poético onde vive em constante estado
de choque. Sempre pronta para receber o mistério, transformá-lo e distribuí-lo
em forma de poemas curtos e certos. A irrealidade absoluta contorna as coisas
diante da vida a soprar-lhe palavras em acidentes poéticos inusitados.
Narciso de Andrade
Jornal A Tribuna -19/05/1995
Caderno AT Especial
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sobre o livro chorando reticências
Cláudia Brino, recebi
das mãos de um velho carteiro
teu mais recente livrinho
— reticente, corriqueiro...
Livrinho, pois pequenino
— 22 poemas contei;
e não mais de um minuto,
juro, para ler gastei.
(E foi nessa pobre concha
que uma pérola encontrei:
“a flor, para se abrir,
cativou pétala
por pétala
o pensamento de deus.”)
Um minuto, nada mais,
dura a lágrima e sua glória.
Cláudia Brino, teu livrinho,
mesmo sem dedicatória,
fica, agora, aqui guardado
na estante da memória.
André Foltran - texto publicado no Blog CADERNO
teu mais recente livrinho
— reticente, corriqueiro...
Livrinho, pois pequenino
— 22 poemas contei;
e não mais de um minuto,
juro, para ler gastei.
(E foi nessa pobre concha
que uma pérola encontrei:
“a flor, para se abrir,
cativou pétala
por pétala
o pensamento de deus.”)
Um minuto, nada mais,
dura a lágrima e sua glória.
Cláudia Brino, teu livrinho,
mesmo sem dedicatória,
fica, agora, aqui guardado
na estante da memória.
André Foltran - texto publicado no Blog CADERNO
24 de janeiro de 2014
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sobre o livro chorando reticências
Adorei! É a síntese da síntese.
E além do mais, E A VIDA CONTINUA é a minha cara.
Parabéns e super obrigada por mais este presentão!
Parabéns e super obrigada por mais este presentão!
Rejane Batista (enviado por e-mail)
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sobre o livro chorando reticências
Seu "Chorando reticências" é muito lírico, original, e, confesso que eu esperava um livro repleto de pontuação, afinal, reticências são lindas, suspende tudo o que se quer dizer, mas você, grande poeta que é, encontrou outra forma de suspender seu pensamento "no silêncio.../ dentro da alma/ o tempo/ é o lenço das lágrimas", 25, minha página preferida. Parabéns e muito sucesso com esse lançamento. O título ficou belíssimo, a capa, primorosa.
Hilda Curcio - enviado por e-mail
Hilda Curcio - enviado por e-mail
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sobre o livro chorando reticências
Chorando suas Reticências,
nossa maestrina canta.
Envolvido nestas ciências
lindo poeta se encanta!
Edite capelo - enviado por e-mail
nossa maestrina canta.
Envolvido nestas ciências
lindo poeta se encanta!
Edite capelo - enviado por e-mail
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sobre o livro chorando reticências
Dá licença Cláudia Brino
Também quero poetar
Ao André peço desculpas
Por sua ideia roubar....
Chorando reticências me encontro
A cada página que leio
Mergulhada no “silêncio”
De um “poema inacabado”
“Fato da fome” do belo.
“Simples assim”, “sem passaporte”
Minha viagem não tem volta
“ e a vida continua” ... reticências
No “rompimento” de uma “oração”
O “poema” desliza pela “madrugada extática”.
E mais uma vez
Gotas de poesias regam
o claro e o escuro de uma “insônia braba”
E quando o sol bate suave na janela
O livro cai sobre os meus olhos
Ainda é noite, uma “confiança estranha”
Leva-me a crer que ainda estou
“chorando reticências”.
Perpétua Amorim - enviado por e-mail
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Nosso modo de
poetar é bem diverso. Enquanto eu digo o que sinto de modo aberto, ao embalo da
rima e da métrica, quase que nunca velando o fluxo de minha emoção, você,
Cláudia Brino, em troca, joga com palavras e sentimentos por vezes de forma
hermética, usando a objetividade dos nossos dias crus, numa dinâmica algo agressiva,
acridoce e regada de adrenalina. O sol-poesia que nos ilumina os passos é o
mesmo que aquece por igual os nossos sonhos.
Carolina Ramos - 14/04/2002